
A impressão que dá aqui neste texto é que o coração são os olhos da nossa alma, e que estes estão embaçados pelo pecado por isso não podemos ver a Deus. Pecado é toda sujeira que nos impede de viver Deus em nós.
Podemos fazer também uma alusão à alguém que vai receber a ilustre visita de Deus em sua casa. No entanto a casa está completamente imunda, pois há muito tempo não é limpa. A vergonha de receber Deus faz com que não o convidemos a entrar.
O que percebemos então é uma distância de Deus motivada pela sujeira do coração. Sujeira esta que acreditamos ser algo que desagrada a Deus.
Se queremos ver Deus no nosso dia a dia ( não necessariamente vê-lo materializado em forma humana, mas em ações divinas) precisamos nos purificar.
No processo de restauração das nossas vidas manter o coração puro irá nos conduzir a ver a manifestação de Deus em nossas vidas, a percebê-lo.
Como podemos então manter o coração limpo, visto que este é continuamente poluído por todos os lados?
Nós iremos ver como Jesus trabalhava a pureza do coração de seus discípulos:
Identificando a sujeira do coração.
É muito interessante notarmos o susto dos discípulos ao se confrontarem com erros os quais eles desconheciam que tinham.
Tiago e João, por exemplo, não viram mal nenhum em mandar Jesus tocar fogo nos samaritanos que não o haviam recebido, afinal isto era bíblico(Elias fez isso com os profetas de Baal). Jesus diz: “Vocês não sabem de que espíritos sois”.
Felipe achou natural mandar Jesus mostrar-lhes o Pai. Jesus mostrou sua falta de compreensão espiritual.
Pedro achou que era grande vantagem dizer que morreria com Jesus. O Senhor mostrou-lhe que ele não era tão corajoso assim.
A sujeira pode estar escondida em nossos corações, e levar anos para ser identificada.
Suas compulsões podem ser respondidas a partir de uma sujeira que instalou-se em seu coração.
O viciado em pornografia; o glutão; a anorexa; o viciado em drogas ou álcool; o viciado em jogos ou Internet; Pessoas com SCC(síndrome compulsiva de comprar); SCE (síndrome compulsiva de economizar) e outras compulsões. São vitimas de uma sujeira desconhecida armazenada em seus corações.
O que mais nos atrapalha é a falta de introspecção, não paramos para nos conhecer. Por isso não identificamos a sujeira que está em nós.
Só através da introspecção poderemos identificar de onde realmente partiu a deformação de nossas vidas.
Voltando aos discípulos, por exemplo, Tiago e João tinham em seus corações um sentimento legalista. Felipe era pragmático e Pedro um fanfarrão.
Como esse homens deixaram estes aspectos sujos poluírem seus corações? Com certeza para entender bastaria examinar suas histórias.
Você tem uma história, conheça-a. Vai lhe ajudar bastante a entender a sujeira do seu coração e como combatê-la.
Tenho tendências depressivas. Como isso invadiu minha vida? Examinando minha história consigo identificar.
Jesus trabalha nos ajudando nesta identificação. Ele nos coloca em circunstância que vão nos deixar finalmente diante do espelho.
Certa vez um garoto africano recebeu um prêmio do seu governo para fazer uma viajem turística ao ocidente. Ao chegar, ficou maravilhado com a tecnologia e com a beleza das cidades. No entanto, notou que as pessoas eram pálidas, pensou consigo mesmo “Coitados todos aqui devem ser doentes”. Em alguns lugares ele não foi bem recebido, algumas vezes foi até mesmo ignorado. Pensou consigo mesmo “Coitados estão constrangidos porque eu tenho saúde e eles não”.
Havia um preconceito no garoto em achar que as pessoas que eram diferentes dele estavam doentes, no seu preconceito ele não enxergou o que estava sofrendo.
Jesus nos coloca diante do espelho, vemos no outro o que somos.
Jesus poderia ter dito como Nata a Davi “Este homem mau é você”.
“Sabe aqueles fariseus legalistas? São vocês Tiago e João”.
“Sabe aquela pessoa fria espiritualmente? É você Felipe”.
“Sabe aquela pessoa que só fala, mas não age como diz? É você Pedro”.
Jesus nos mostra quem nós somos quando nos põe em circunstância em que não dá pra fugir do que somos. É então que inicia-se o segundo processo:
Iniciando o processo de limpeza pela confissão.
É importante entender que já não importa mais quais são os culpados pela sujeira no nosso coração. O que necessitamos é nos livrar dela.
Fazer uma introspecção apenas para buscar a quem acusar, não vale a pena.
Devemos confessar que usamos dessa sujeira e nos deleitamos nela, como porcos no chiqueiro.
Confessar nos liberta, por isso Tg 5.16 diz: “Portanto confessai os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados”.
Note aqui a ideia de cura na confissão seguida de oração de arrependimento.
Talvez não sejamos culpados pela sujeira ter entrado, mas somos culpados por termos deixado ela ficar.
Todos nós precisamos de alguém de confiança ao qual possamos expor a sujeira do nosso coração para que haja assim uma limpeza.
A confissão inicia a limpeza do coração. E a humildade de confessar nos faz enxergar o cuidado de Deus.
Tinha um amigo que passou anos escondendo de todos o pecado do vicio em pornografia. Durante anos ele viveu aprisionado por isto. Na frente dos irmãos ele posava de moralista, nas quatro paredes do seu quarto ele se transformava. Sofria bastante com isso, sentia-se falso e infeliz, mas não tinha coragem de reconhecer isso publicamente, seria o fim de seu ministério.
Um dia um dos seus melhores amigos de ministério o convidou para jantar, tinha algo importante a lhe dizer: “Sei que você é um homem de Deus e admiro sua integridade, quero confessar que não sou como você,venho traindo minha mulher à seis meses, não sei como pude fazer isso. Estou arrependido e quero que você ore por mim para que eu tenha forças pra pedir perdão a ela e a Deus”. Ele pensou: “Este meu amigo quer forças pra pedir perdão, meu Deus, eu não peço forças nem pra parar de pecar”.
Sem desejo de perdão, não há confissão.
Realizando um processo de purificação continua.
É lógico que a sujeira do mundo há de persistir. Assim pois o cuidado também.
Jesus disse: “Vigiai e orai, o espírito está pronto mas a carne é fraca”.
Este processo de purificação continua consiste na fidelidade às práticas devocionais: Leitura da Palavra de Deus, meditação, oração, arrependimento.
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